A Câmara Jovem de Santos encerra sua 7ª Legislatura nesta terça-feira, 12 de dezembro, com produtividade recorde: foram 271 trabalhos apresentados, sendo 135 indicações de serviços públicos, 126 requerimentos e 10 projetos de lei, além de terem sido aprovados em Plenário 12 projetos, incluindo alguns que haviam sido apresentados em 2022.
A Sessão Solene de encerramento será às 19h, no Plenário Dr. Oswaldo de Rosis. As inscrições para a 8ª Legislatura estão abertas no
site do programa até 2 de fevereiro de 2024.
"Foi uma excelente legislatura", avalia Lucas Carvalho, coordenador do programa. "Em 2023, pela primeira vez, realizamos visitas externas nas três atividades complementares previstas no regulamento. O objetivo foi que Jovens Vereadores pudessem ampliar sua compreensão das diferentes realidades da cidade, seus territórios, as desigualdades e a oferta de serviços à população", conta o servidor da Câmara Municipal.
"Nas reuniões preparatórias também introduzimos conteúdos relacionados a políticas públicas, participação social e funcionamento das instituições. Essas inovações refletiram diretamente no engajamento dos Jovens Vereadores, na qualidade dos trabalhos e na produtividade de modo geral", acrescenta.
"Cidadão ativo"Entre os Jovens Vereadores, o balanço da Legislatura também é muito positivo. "Foi uma das melhores experiências da minha vida; aprendi coisas que eu nunca sonhei que iria aprender, pude conhecer pessoas maravilhosas e saber mais sobre a minha cidade", diz a Jovem Vereadora Stephanie Oliveira, aluna da Escola Estadual Azevedo Júnior.
"Pude enxergar e questionar as coisas com um olhar mais crítico, pensando em como a minha atuação na Câmara poderia ajudar os munícipes", acrescenta sua colega Valentina Moreira, da Escola Estadual Canadá. "Pude também aumentar meu conhecimento sobre a política e entender determinados assuntos de forma muito mais prática, além de poder mostrar o meu conhecimento para minha família e amigos", afirma.
"Eu via a política como só brigas, mas a Câmara Jovem me ensinou algo totalmente diferente, ensinou que política é tudo. E principalmente que podemos usá-la para ajudar os outros", diz outra Jovem Vereadora, a aluna da UME Cidade de Santos Mirella Ruas.
"Passei a observar a cidade com outros olhos e percebi que na escola havia pessoas que se espelhavam em mim e que gostariam de ser jovens vereadores", destaca Rafael Quintal, Jovem Vereador e aluno do Colégio Presidente Kennedy.
Ele enumera as proposições que mais chamaram sua atenção durante o ano: um programa de inclusão de estudantes com dislexia, discalculia e TDAH (de autoria do Jovem Vereador Luccas Durante, da UME Lourdes Ortiz); o requerimento sobre saneamento básico na ilha Diana (da Jovem Vereadora Anna Oliveira, da Escola Estadual Canadá) e a proposta de um programa de cota trabalhista para mulheres acima de 40 anos (de Enzo Ferrão, do Centro Educacional Objetivo - Ponta da Praia).
O próprio Rafael, por sua vez, é autor de uma proposição sobre educação em sexualidade nas escolas e de um projeto de lei sobre a participação de estudantes das UMEs em olimpíadas de conhecimento. "Pela primeira vez eu estava me sentindo um cidadão ativo de Santos", conta o Jovem Vereador.
Vítimas do incêndioO aluno do Colégio Ômega Gabriel Monteiro lembra também as visitas que os Jovens Vereadores fizeram à ilha Diana, à Zona Noroeste e à Prefeitura. "[As visitas] para mim foram muito divertidas e me mostraram a realidade de muitas pessoas", aponta o estudante.
Além das visitas e das seis sessões ordinárias, os jovens vereadores da 7ª legislatura se mobilizaram por iniciativa própria para ajudar as vítimas do incêndio que atingiu a comunidade do Dique da Vila Gilda em setembro. Eles organizaram uma campanha para coletar doações, providenciaram o transporte dessas doações (em uma negociação com o Fundo Social de Solidariedade e com a Coordenadoria de Políticas para a Infância e Juventude da Prefeitura de Santos) e realizaram a entrega diretamente no local afetado - que haviam conhecido anteriormente em uma das atividades externas.
"Isso demonstra a maturidade e autonomia adquiridas na convivência e nas atividades; é a cidadania ativa que tanto discutimos sendo colocada em prática", observa o coordenador Lucas Carvalho. "Sinto muito orgulho do que fizemos por ter sido algo planejado fora da Câmara, usando os recursos e o espaço que tínhamos para fazer essa ação tão linda", afirma a Jovem Vereadora Valentina Moreira.